quinta-feira, 31 de março de 2011

FEITIÇO



Este doce feitiço, lhe impõe sacrifício

Te cega, te atiça, enfim, te enfeitiça

Sucumbes ao trato que o mago lhe dá

Alma tacanha, com medo se acanha



Anseias a força do corpo viril

Nem mesmo lembra, como este a feriu

Feriu as entranhas, perdes-te a razão

Perversa atração, trouxe só solidão


Escrava que estavas da própria entrega

Não ouves, não vê, ao bom senso se nega

Tal como menina, se deixa enganar

Dando-se ao luxo, de deixar-se levar...

 


De que adianta o constante pesar?

Nada podes fazer ou o passado mudar

O feito está feito, não há o que repensar

Só lhe resta aceitar e a lembrança matar



O Feitiço lançado, foi por puro capricho

Que nada pretende, era só vaidade

Semente maldita e tu sentes saudade...

Porque te consomes por tanta maldade?



Entregou-se a volúpia, tão tênue qual chama

Que esperas afinal e do que tanto reclama?

Que espera obter, deste ser baixo e vil?

No fundo sabias, era tudo um ardil...



Presa estás, não mais ao que sentia

Prisão tu tecia, enquanto se arrependia

Lamento furtivo de todo ocorrido

Isso bem fundo, lhe tem corroído


O passado, presente, tão dolorido

Sombra que paira, ronda dia corrido

Veneno que corre dentro de mim

Para o qual não consigo, nenhum elixir


Persisto, anseio quebrar o feitiço

Com rezas ou mesmo com julgo catiço

Livrar-me da cisma interna que queima

Adestrar coração que por dentro só teima





terça-feira, 29 de março de 2011

VIDA, VIDA MINHA




Vida, vida enfim

Se finda dentro mim?

Ou dá-me outra escolha

Qual folha ao vento, sem solo, sem fim?


Vida que vem, vida que vai

Sem trilhas, esta só se esvai...

Vida sem tino

Enfim desanimo


Vida que cai

Vida que sai

Vida tão lenta

À mim violenta



Vida sem pressa

Temor nela impressa

Vida sem rumo

Em busca de um plumo


Vida nefasta

O bom se afasta

Vida de espera

O tempo tempera


Vida sem brilho

Fica fora do trilho

A Vida se esqueira

No abismo uma beira


Vida sem sonho

Vida sem sono

Vida que oprime

Se instala e deprime


Vida, que busca sucesso

Vitória...enfim me despeço

Vida que tanto anseio

Vida que cai por inteiro


Vida que está sem amor

Sem amor é Vida de dor

Vida com dor trás temor

E murcha qual uma flor


Vida que vem e intriga

Vida não mais me instiga

Fracasso parece o Destino

Sofro e me sinto sozinho...


Vida que vem e açoita

Para atrás deixou a afoita

Vida de fel me convenço

Vida que tento e não venço


Vida que vem sem alento

De amigos, fugidio contento

Vida que mata por dentro

Vida que trouxe tormento...


Poesia original datada de 26/06/2010

segunda-feira, 28 de março de 2011

VOCÊ QUE ME LÊ...




Alma sensível

Tem vc que me lê

Lendo Poesia

De modo aprazível



Fico inquieta

O que lhe dizer?

Como a leitura

Tornar-lhe um prazer?



Tanto a falar

Tanto a dizer

O que mais quero?

Agradar a você...



Através da Poesia

Vida torna magia

Palavras nos tocam...

Por vezes nos chocam



Almas boas

Até choram

Sentimentos puros

Palavras afloram



E você que me lê

Entende o porque

Da palavra esculpida

 Que alma cativa?



Para que entender?

Se basta só ler?

Não tentar compreender

Qual sentido e prazer?



Você que me lê

E me dá atenção

Proporciona prazer

De tal dimensão...



Impossível dizer

A você que me lê

A tamanha alegria

Tê-lo leitor por um dia...

MASCARADOS



Pobres mascarados

Com certeza enganados

Pela vida são furtados

Do sonho almejado

*
Seres mascarados

Sentimento enganado

Ser destemperado

Sentido...exasperado

*
Homens mascarados

São tolos, exagerados

Um consolo exacerbado

Do pretenso é despojado

*

Rostos mascarados

Pelo tempo são marcados

Perde o eterno desejado

Tem bom senso calejado

*

Espírito mascarado

É frágil, destroçado

Temeroso e velado

Pela força é tombado


domingo, 27 de março de 2011

EU QUERIA...




Eu queria...

Me entregar sem pudor

A folia momesca

Lançar-me sem rumo

Em fantasia nabesca



Eu queria...

Seguir pela vida

Sem plumo ou censura

Vivendo em paixão

A Vida se cura



Eu queria...

Ser intensa e febril

Mesmo má e até vil

Matar de uma vez

A tola servil



Eu queria...

Libertar-me de vez

Não ser mais infantil

Lidar com a vida

De forma sutil



Eu queria...

Fartar-me de glória

Ao lutar com afã

Alcançar a vitória

Re-escrever minha história



Eu queria enfim...

Dar a mágoa vazão

E viver com paixão

Saboreando a vida

Enganando a razão

NÃO TE CONTEI?



Não te contei?

Se passaram semanas

E em ti não pensei

Surpresa fiquei

De ti, nem lembrei...



Outrora presente

Agora ausente

Sentimento febril

Se despede sutil

Adeus, amante gentil



Me pego calada

Lembrança gelada

Em nada me lembra

Semente almejada

Agora finda,  memória selada



O Pranto?

Para trás eu deixei

A Alegria?

Para mim a busquei

Me despeço, deste amor que tentei



Escuta...

Não te contei?

Não mais te pertenço

E livre...

No passado repenso



Quão tola

Me comportei

Tão juvenil

Eu me tornei

Revendo, até duvidei

Mas a vida

Tem desses deslizes

Crer em tolices

Que por vezes me dizes

Afinal, somos só aprendizes



O Passado?

Se despede afinal

O que eu sentia?

Nem resta sinal

Apartou-se de mim este mal...