Este doce feitiço, lhe impõe sacrifício
Te cega, te atiça, enfim, te enfeitiça
Sucumbes ao trato que o mago lhe dá
Alma tacanha, com medo se acanha
Anseias a força do corpo viril
Nem mesmo lembra, como este a feriu
Feriu as entranhas, perdes-te a razão
Perversa atração, trouxe só solidão
Escrava que estavas da própria entrega
Não ouves, não vê, ao bom senso se nega
Tal como menina, se deixa enganar
Dando-se ao luxo, de deixar-se levar...
De que adianta o constante pesar?
Nada podes fazer ou o passado mudar
O feito está feito, não há o que repensar
Só lhe resta aceitar e a lembrança matar
O Feitiço lançado, foi por puro capricho
Que nada pretende, era só vaidade
Semente maldita e tu sentes saudade...
Porque te consomes por tanta maldade?
Entregou-se a volúpia, tão tênue qual chama
Que esperas afinal e do que tanto reclama?
Que espera obter, deste ser baixo e vil?
No fundo sabias, era tudo um ardil...
Presa estás, não mais ao que sentia
Prisão tu tecia, enquanto se arrependia
Lamento furtivo de todo ocorrido
Isso bem fundo, lhe tem corroído
Isso bem fundo, lhe tem corroído
O passado, presente, tão dolorido
Sombra que paira, ronda dia corrido
Veneno que corre dentro de mim
Para o qual não consigo, nenhum elixir
Persisto, anseio quebrar o feitiço
Com rezas ou mesmo com julgo catiço
Livrar-me da cisma interna que queima
Adestrar coração que por dentro só teima
Mto bonito.; Parabéns!
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